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Distresse e o surgimento de hiperglicemia

Estresse físico, psicológico ou social compreende um conjunto de reações e estímulos que causam distúrbios no equilíbrio do organismo, frequentemente com efeitos danosos.

O conceito de estresse segundo Selye (1936), surgiu através de experimentos feitos em animais que eram submetidos a situações de fome, frio, dor e respondiam sempre de forma regular e específica anátomo funcionalmente.


Selye chamou esta reação de ”síndrome geral de adaptação” com três fases sucessivas: alarme, resistência e esgotamento. Após a fase de esgotamento surgem as doenças de adaptação como a úlcera péptica, hipertensão arterial, espasmos intestinais, artrites e lesões miocárdicas.


Pode-se medir a quantidade de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) liberadas através da urina. Além do estresse físico e psicológico foram feitos diversos estudos a respeito do estresse social (exposição a ruídos, aglomeração urbana, isolamento, trabalho monótono e repetitivo) como poderosos fatores de doença, principalmente as cardiovasculares.


3 tipos de estresse


O estresse como adaptação a situações adversas citados acima. O eustresse, que o próprio sujeito busca, através de esportes radicais e outras fontes de prazer onde a liberação de catecolaminas é alta e o distresse, considerado nefasto, pois é uma reação a fatores como pressão social, medo intenso, sensação de impotência e de estar num beco sem saída.


Distresse


Aqui darei ênfase ao distresse, pois o encontramos nas situações de internamento hospitalar, levando a um aumento significativo de catecolaminas, principalmente o cortisol que é antagônico à insulina, produzindo quadros de diabetes nos momentos críticos de um internamento ou mesmo de uma doença grave, onde o medo e a impotência predominam.


Pesquisas comprovando este fenômeno foram feitos por Cannon e outros. Cannon demonstrou que o medo e a ansiedade podem produzir glicosúria no gato normal e no ser humano normal.


Isto mostra que o estresse emocional pode produzir um distúrbio no metabolismo dos carboidratos, mesmo no indivíduo não diabético, causando glicosúria emocional, mas raramente desenvolvem hiperglicemia emocional.


Estudos mostram que tensão emocional pode causar cetose, mesmo que o paciente diabético siga à risca o regime prescrito. Experimentos mostram que a relação estresse e cetose progride até o estágio de acidose clínica.


Uma entrevista traumatizante pode causar uma elevação de cetonas no sangue, principalmente no diabetes severo. Portanto, conflitos emocionais significativos podem influenciar diretamente a produção de corpos cetônicos em diabéticos e não diabéticos devido a liberação de cortisol, embora no não diabético seja passageiro.


Nesta pandemia tivemos muitos casos de pacientes hospitalizados, que além da resposta fisiológica ao estresse, precisaram tomar cortisona por ser um anti-inflamatório. Com isto, por ser antagônico à insulina, por estarem em situação de medo e impotência, desenvolveram um quadro de diabetes, com altos índices de glicose no sangue, precisando tomar insulina enquanto estavam internados ou em tratamento domiciliar.


Profª. Dra. Denise Tinoco


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